sexta-feira, 29 de julho de 2011

Sobre o homem primata e seu capitalismo selvagem...

Eu posso agradecer todo dia; nasci em um bom berço, tive uma ótima educação, nunca careci de nada, tive os brinquedos que desejei, os livro que ansiei e sempre alimentei-me dos melhores produtos disponíveis no mercado (aliás, minhas fraldas e papinhas eram norte-americanas).
Fui estimulada a fazer as minhas coisas sozinhas, a aprender de tudo, a me machucar ao cair de bicicleta e conseguir voltar a andar. Saber de tudo, o um muito.
Enfim, uma boa puerícia.
De fato, houve diversas vezes que queria algo, meus pais falavam: "Agora não. Mais pra frente. Estude bastante, tire notas altas, daí a mamãe e o papai te presenteiam, certo ?"
"Certo o escambau" pensava. "Está bem =) " declarava...
Meus pais não eram consumistas, e por consequência, sua filha também não se tornara.
                                                   ***
Agora, que vocês já entendem melhor meu pensamento e o modo com qual fui criada.
                                                 ***
Fui ao Shopping semana passada e entrei numa loja de roupas.
Enquanto minha mãe vislumbrava os vestidos, eu, uma aversa à lojas de vestimentas (só entro em uma quando preciso, e MUITO), comecei a prestar atenção ao meu redor.
Mirei uma mulher janota com sua petiz que deveria ter uns 2 anos.
A garotinha pegou um cinto que ali havia e passou na cintura. Pronto, bateu o pé e decidiu não largar o acessório.
"Tira isso, filhinha" Pedia sua mamãe com voz melada e lhana.
A menina não acatou.
"Vamos, meu amor. Mamãe não vai comprar este pra você hoje."
Manteve-se taciturna
As outras compradoras olharam para a "pequena altercação".
"Desde dessa idade já é estilozinha, né gente ?"

"Desde dessa idade já é consumista." Elucubrei em voz baixa ao perceber que a mulher já estava no caixa adquirindo o tal cinto.

                                                         ***
Então, meus caros leitores, o que acham sobre ?
Particularmente, creio que essa garota vai crescer dentro de um casulo coberto por todos suas vontades.
E quando, afinal, ela tiver que sair da asas de seus pais ? O que fará ?
Nada... voltará ao cartão de crédito paterno e a comidinha materna, pois a geração Y está sendo instruída a isto mesmo, a ser insignificante, a ser inútil (e fútil).
As meninas de hoje, desde seus 2 aninhos já vivem sobre saltos altos, batons, sutiãs de bojo, vestidinhos e chapinha.
Os meninos, por sua vez, são estimulados a usar bonézinho de aba reta e cortarem seus cabelos de modo genérico com franja.
E sabe o que é o pior nisto tudo ?
Eles são o futuro da nação....

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